Nunca se falou tanto na qualidade fraca do ar, principalmente nas maiores metrópoles do mundo, como actualmente se fala. Temos visto níveis de poluição como nunca antes detectados.
Uma nova investigação mostra que mais de 5.5 milhões de pessoas morrem prematuramente por ano devido à poluição do ar. Mais de metade das mortes ocorrem em duas das economias que mais crescem no mundo: China e Índia.
Centrais eléctricas, polos industrias, escapes dos veículos, a combustão de carvão e a combustão de madeira libertam partículas para o ar que são perigosas para a saúde das pessoas.
Uma nova investigação, apresentada hoje no 2016 annual meeting of the American Association for the Advancement of Science (AAAS), constatou que, apesar dos esforços para limitar as emissões futuras, o número de mortes prematuras associadas à poluição do ar vai subir ao longo das próximas duas décadas, a menos que sejam fixadas metas mais agressivas.
A poluição do ar é o quarto factor de risco mais alto de morte ao nível mundial e, de longe, o principal factor de risco ambiental para a doença. Reduzir a poluição do ar é uma forma extremamente eficiente para melhorar a saúde de uma população.
Disse Michael Brauer, professor da Universidade da Columbia Britânica, em Vancouver, Canadá.
Para a reunião AAAS, investigadores do Canadá, Estados Unidos, China e Índia, compilaram estimativas dos níveis de poluição do ar na China e na Índia e calcularam o impacto desta na saúde da população.
As suas análises mostraram que os dois países são responsáveis por 55% das mortes prematuras no mundo, no que toca à poluição. Cerca de 1.6 milhões de pessoas morreram na China devido à poluição do ar e 1.4 milhões na Índia em 2013.
Na China, a combustão do carvão foi o que mais contribuiu para uma diminuição drástica da qualidade do ar. Qiao Ma, a fazer um doutoramento na Escola do Meio Ambiente, na Universidade de Tsinghua, em Pequim, China, descobriu que a poluição do ar a partir da combustão do carvão causou um número estimado de 366.000 mortes na China em 2013.
A China tem um impacto considerável no mundo da tecnologia, mas esse impacto tem um preço muito elevado, conforme podemos ver neste estudo hoje apresentado.
Quantas mais mortes serão necessárias para tomar decisões firmes contra este ímpeto sobrepor o dinheiro à vida humana?
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