A Organização para a Alimentação e Agricultura exortou, esta segunda-feira, os países, especialmente da América Latina, para reforçarem a prevenção de um novo fungo destrutivo das culturas de bananas conhecido por doença do Panamá.
foto ADELINO MEIRELES/GLOBAL IMAGENS |
Segundo a agência das Nações Unidas, a doença, denominada raça tropical TR4, descrita pela primeira vez no sul da Ásia, de onde recentemente se espalhou para África e o Médio Oriente, pode "potencialmente afetar os países da América Latina".
A propagação iria provocar uma ameaça à produção e exportação daquele fruto popular no sul da América, com repercussões graves para a cadeia de valor e meios de subsistência da população local.
Apesar de já existirem outras variantes da doença, a TR4 tem causado perdas significativas nas plantações de banana no sudeste asiático nas últimas duas décadas e recentemente foi relatada em Moçambique e na Jordânia.
Segundo a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO, na singla original), a banana é a oitava cultura alimentar mais importante no mundo e o quarto alimento mais importante entre os países menos desenvolvidos, pelo que "a disseminação da doença da banana "poderia ter um impacto significativo sobre os produtores, comerciantes e famílias que dependem da indústria da banana", disse Fazil Dusunceli, patologista de plantas da FAO.
"Os países precisam agir agora se quisermos evitar o pior cenário, que é a destruição em massa de grande parte da cultura da banana do mundo", avisou Fazil Dusunceli.
A FAO considera ainda que a doença poderá representar "uma séria ameaça para a produção e exportação da fruta popular, com repercussões graves para a cadeia de valor da banana e meios de subsistência"
O secretário do Fórum Mundial da Banana, organismo da FAO que promove a produção e comércio sustentável da banana, Gianluca Gondolini, assinalou que o problema poderia ter um efeito não só sobre "as fontes de receitas de alimentos, meios de subsistência", mas "sobre o emprego e governos em muitos países tropicais".
Em nota hoje divulgada, o órgão das Nações Unidas recomenda aos Estados que implementem medidas fitossanitárias para prevenir a propagação da doença através de práticas agrícolas, irrigação e sistemas de drenagem e transporte, formar os produtores e trabalhadores agrícolas para fazerem a identificação e prevenção da doença.
A doença é transmitida pelo solo e o fungo pode permanecer ativo durante décadas, pelo que estando presente num campo não pode ser totalmente controlada pelas práticas e fungicidas (que destrói fungos) atualmente disponíveis.
Segundo a FAO, a melhor maneira de combater a doença é evitar a sua propagação, o que inclui evitar o movimento de materiais de plantas doentes e as partículas do solo contaminadas.
"Um esforço concertado é exigido das partes interessadas, incluindo a indústria, as instituições de pesquisa, governos e organizações internacionais para evitar a propagação da doença", alerta a agência da ONU.
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