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Renault apanhada nas malhas da fraude das emissões?

O mundo ficou perplexo com o escândalo que envolveu a Volkswagen e outras marcas sobre as fraudes nas emissões de gases poluentes. Agora, quando se pensava que tudo estava a voltar à normalidade, um outro escândalo poderá estar prestes a explodir.
Depois de mais de 17 anos sempre a valorizar, as acções da Renault S.A. caem quando um sindicato declara que investigadores apreenderam computadores da fabricante francesa para uma investigação relacionada com testes de emissões.
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Segundo informações que podem ser lidas hoje no Bloomberg Business, agentes do Departamento de Combate à Fraude do Ministério da Economia francês visitaram alguns locais da Renault que estão, supostamente, relacionados com os testes padrão e certificação dos motores.
Florent Grimaldi, um funcionário do sindicato CGT em Lardy, na França, confirmou essa informação à agência France-Presse. Esta informação deixou a impressão que existem indícios que este caso estará relacionado com os padrões de emissões, ainda no rasto do escândalo Volkswagen, referiu Grimaldi.
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A Renault caiu 21%, para os 68,70 euros às 12:30 da tarde, hora de Paris. Esta queda de 23 pontos percentuais foi a maior desde 4 de Janeiro de 1999, perdendo 5,8 mil milhões de euros no valor de mercado. A Peugeot caiu 7,2% para os 13,70 euros.
A Renault informou que planeia emitir um comunicado muito em breve. O Departamento de Combate à Fraude não declarou mais nenhuma informação apesar de várias agências e meios terem solicitado mais detalhes. Sabe-se, contudo, que os investigadores visitaram mais quatro locais diferentes perto da capital francesa, incluindo Lardy e a sede da empresa em Boulogne-Billancourt, no passado dia 7 de Janeiro, segundo a AFP.
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Os fabricantes de automóveis estão debaixo de um apertado escrutínio desde Setembro passado, quando o regulador norte-americano declarou que a VW falsificava os resultados dos valores das emissões nalguns dos seus veículos a diesel. A promessa feita por várias entidades e governos para restabelecer a confiança no mercado passou por apertar a malha e verificar que todos os fabricantes de automóveis, incluindo a Renault e a PSA Peugeot Citroen eram inspeccionados.
Outras entidades reguladoras, ligadas ao ambiente, também começaram a testar, de forma aleatória, alguns veículos quer em laboratório quer em modo condução real para confrontar os valores anunciados e os valores reais. A Peugeot disse no passado mês de Outubro que nunca usou software para controlar as emissões da forma como a Volkswagen admitiu que o fazia.

Actualização:
A Renault entretanto já lançou um comunicado:

Comunicado de Imprensa

14 JANEIRO 2016
Após a revelação pela EPA – Agência Americana de Proteção do Ambiente – da existência de um software do tipo “Defeat Device” num construtor automóvel de primeiro plano, foi criada, pelo governo Francês, uma comissão técnica independente – chamada Comissão Royal – que tem por objetivo verificar que os construtores automóveis Franceses não equipam os seus modelos com dispositivos semelhantes.
Neste quadro, estão em teste 100 automóveis, dos quais 25 da Renault, um número que corresponde à quota de mercado da marca em França.  No final de Dezembro de 2015 foram já testados 11 modelos, dos quais quatro da marca Renault.
A Direcção Geral da Energia e do Clima (DGEC), que é, no seio do Ministério da Ecologia, Desenvolvimento Sustentável e Energia, o interlocutor da comissão técnica independente, divulgou já que o procedimento em curso não evidenciou a presença de qualquer ‘software’ fraudulento nos modelos da Renault.
Esta é, claro, uma boa notícia para a Renault.
Os testes em curso permitiram, também, antecipar soluções de melhoramento dos automóveis da Renault, quer em relação aos futuros quer em relação aos atuais modelos. O Grupo Renault decidiu apresentar rapidamente um Plano de Emissões da Renault, que tem por objetivo reforçar o desempenho energético dos seus modelos.
Em paralelo a Direcção-Geral da Concorrência, Consumo e Repressão da Fraude decidiu realizar um complemento de investigação que visa validar os primeiros elementos de análise realizados pela comissão técnica independente e, para tal, deslocou-se à Sede da Renault, ao Centro Técnico de Lardy e ao Tecnocentro de Guyancourt.
As equipas da Renault dão total cooperação, quer aos trabalhos da comissão independente, quer às investigações complementares decididas pelo Ministério da Economia.
Sites Internet: www.renault.pt – www.media.renault.com
Nuno Azores

Nuno Azores

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