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Vocalista dos Moonspell mais zangado com os Portugueses que com Portugal."



Vocalista dos Moonspell reage à emigração de Fernando Tordo








"Sobre a emigração de Fernando Tordo: temos pena. Será que temos?" - escreveu Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell, no seu blogue.
"Ando há vinte e um anos a trabalhar no duro com uma banda. Fazemos tours, non stop, desde 1995. Gerámos dinheiro sim, somos criativos e temos público, atualidade, e pertinência. Felizmente. Trabalhamos para isso. Nunca mas nunca tive um estilo de vida e as posses que muitos artistas portugueses tiveram e continuam a ter. Eu sei, já fui à casa de muitos. Tenho um carro velho. Como restos do jantar de ontem, quando trabalho em estúdio, não vou todos os dias ao restaurante, nem pensar" - desabafa Fernando Ribeiro.
A publicação escrita dentro de um avião, no regresso do vocalista dos Moonspell no final de uma digressão pelos Estados Unidos, revela alguma revolta em relação às queixas e ao mediatismo dado a Fernando Tordo: "Estão a brincar comigo? Regressei agora de uma tour por toda a América do Norte, da qual muitos artistas portugueses fugiriam devido à sua dureza. Tocámos para muita gente, tocámos para pouca gente, mas tocámos. Não ganhei um tostão, foi tudo investido. Sim pagámos técnicos, cordas de baixo, táxis, bilhetes de avião, hotéis, tour bus, vistos de trabalho, impostos 'you name it'. Nada disto é dedutível segundo as nossas leis. Para o ano estamos de volta. E chego a Portugal para ouvir e ler queixas, vitimizações, polémicas, quando na verdade se trata de uma decisão pessoal, livre, sem coação. Mais-valia, na minha opinião, terem dedicado todo esse espaço e atenção à nossa tour que foi real, vivida e sofrida sem queixume ou solidariedade do povo ou media. Estou no avião mais zangado com os Portugueses que com Portugal."

Apesar de contestar as reações, o vocalista da banda de metal mostra-se solidário com a situação: "Fico com pena dos familiares de Fernando Tordo, especialmente do filho João, que conheço, estimo e cujos livros comprei e paguei. Simpatizo e entendo, como ninguém, a ausência."

Mas lembra que esta situação não é exclusiva da família Tordo em particular, nem dos músicos em geral. "Esta é uma realidade de milhares de portugueses. A minha realidade inclusive, já que não vejo o meu filho Fausto e a minha mulher Sónia há mais de um mês. Quando ele tinha 18 dias fui em tour. Quando ele deu os primeiros passos, estava fora. As primeiras palavras, também. Ninguém é mais que ninguém nas saudades. Ninguém é especial no sofrimento," conclui.
Nuno Azores

Nuno Azores

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