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Twitter é a nova estrela das redes sociais. Mesmo com prejuízos




Investidores acreditam em lucros futuros. Acções disparam mais de 70% na primeira hora Um ano e meio depois do polémico IPO (oferta inicial de venda) do Facebook, em Maio de 2012, a comparação entre as duas maiores gestoras de redes sociais é inevitável. Embora com uma oferta mais modesta de apenas 13% do capital, o Twitter chega à bolsa mais caro que o Facebook, considerando a dimensão relativa dos dois negócios. Face à elevada procura, que ultrapassou a oferta 30 vezes, os responsáveis elevaram a oferta em 10,5 milhões de acções e o preço para 25 dólares (18 euros) por acção, o que garantiu um encaixe 1,8 mil milhões de dólares. Esta cotação valoriza a companhia em 14,2 mil milhões de dólares (10,5 mil milhões de euros) Mas se este número é menos de 20% do valor do Facebook, os analistas fazem as contas ao rácio entre o preço e as receitas para concluir que o Twitter ultrapassa o valor em bolsa do rival. O preço equivale a 12,4 vezes a facturação face ao rácio de 11,6 vezes o volume de negócios da empresa liderada por Mark Zuckerberg. Além disso, ao contrário do Facebook, o Twitter tem prejuízos. No último trimestre foram 64 milhões de dólares (47,4 milhões de euros). Nos últimos três anos, a empresa acumulou perdas de 300 milhões de dólares. Os resultados positivos só são esperados em 2015. O QUE ATRAI TANTO OS INVESTIDORES? Os novos accionistas acreditam que o Twitter está destinado a grandes lucros à medida que os anunciantes vão canalizar mais investimento para chegar aos seus clientes. "As possibilidades e oportunidades permitidas pela plataforma são ilimitadas", sublinhou o presidente executivo, Dick Costolo. A empresa, conhecida pelas micro-mensagens de 140 caracteres de autores que podem ser seguidos, estabeleceu-se como um dos principais centros dos media sociais. O Twitter concorre com o Facebook e a Google pelo investimento publicitário que cada vez mais procura a Internet para convencer os consumidores. Analistas estimam que as receitas do Twitter vão inevitavelmente crescer em dimensão e quota de mercado, triplicando até 2015 o valor actual. Ou seja, o preço de hoje reflecte a expectativa de ganhos de amanhã. Mas há quem avise que a elevada valorização dada à empresa tenha já incorporado todos os ganhos potenciais. Quando se atinge esse patamar, o único caminho é a descida. As empresas de Internet são muito difíceis de avaliar, porque o seu principal activo é o crescimento futuro num mercado muito incerto. Na memória de alguns está ainda o rebentamento da bolha das empresas de tecnologia, no início da década passada - quando as acções da PT Multimedia, hoje Zon, chegaram a valer mais de 120 euros. Mais recente foi carreira decepcionante do Facebook na bolsa que perdeu muito nos meses iniciais de cotação, tendo demorado cerca de um ano a recuperar o valor do IPO. Ontem, em Nova Iorque, na primeira hora de cotação, as acções da Twitter dispararam mais de 70% para 45 dólares por acção, tornando alguns accionistas mais milionários, pelo menos por algumas horas ou dias. Entre os investidores estão quadros fundadores e gestores, mas também celebridades como o empresário britânico Richard Branson e o actor americano Ashton Kutcher. Mas ainda é cedo para abrir o champanhe. Poucos acreditam que o nível seja sustentável Neste tipo operação, os bancos colocadores estão mandatados para segurar as acções nos primeiros dias de cotação. A Goldman Sachs é um dos bancos responsáveis pela operação, em conjunto com o JP Morgan e a Morgan Stanley. Parte do flop do Facebook, que também reforçou a oferta de acções face à procura, foi atribuído ao comportamento dos bancos que após o IPO despejarem acções no mercado, afundando a cotação. No caso do Twitter, os administradores e directores estão impedidos de venderem as suas acções nos próximos 180 dias.
Nuno Azores

Nuno Azores

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